Cinco dedos e s t a m p a d o s na sua cara
Assim, como uma verdade brutalmente escancarada
Infinitamente dolorida
A mão que afaga e acalenta
É a mesma que esmaga e violenta
Por amor ou uma viagem só de ida
Você aprende, entende
Você aposta e gosta
Você implora por mais
E é ouvida
Assisto você de joelhos e s q u e c e n d o - s e de si
Seus ouvidos sangram e os olhos regam seu rosto
E seu sorriso murcha, seu ego acaba
Depois de humilhada você vê a luz
Percebe que a lição dolorida é eficaz
Você mostra, você faz
O jogo vira e é você quem está no comando
Acredita
Retoma as rédeas de si.
Estala o chicote e açoita o medo
O amor próprio grita seu nome e você atende
Fica em pé e olha nos olhos
Fala com propriedade e não passa a mão
Um peso sai dos seus ombros
Os nós se desfazem na garganta e na vida.
Ainda há marcas, ainda há dor
Eu me sento no chão, diante de ti
Ofereço um pouco de alívio
Sirvo dose dupla
Jogo fora a garrafa da culpa
Afago os cabelos, seco o pranto
Digo baixinho no ouvido ferido
Por amor e por você.